27 de abril de 2005

Explicando o espírito

A mecânica quântica é a parte da física que tem revelado ao mundo científico as antigas verdades espirituais. É dentro do domínio da física quântica, estudando as partículas sub-atômicas, que a realidade não-material se revela aos olhos dos cientistas. Para alguns, inclusive, as fronteiras estão cada vez menos nítidas.
Amit Goswami é um desses. Professor de física na Universidade do Oregon e doutor em residência no Instituto de Ciências Abstratas em Sausalito, CA, Goswami é um indiano radicado nos Estados Unidos que sustenta ser a consciência a criadora da realidade física. Ou seja, algo só existe no plano material porque foi criado, primeiramente, em outros planos. "Os corpos são criados a cada momento pelas escolhas que são feitas", afirma ele. "Literalmente, seu dedão do pé não está lá até que você pense nele".

Pode parecer meio radical para os materialistas. Mas Goswami está absolutamente convencido. A ponto de afirmar que a cura das doenças, de qualquer doença, é possível no plano da consciência. É o que ele chama de cura quântica. Através desse mecanismo, um câncer pode ser curado pelo pensamento. "Um câncer escondido no corpo não é ainda um fato concreto, material. Sendo assim, podemos cura-lo". A idéia tem estreita relação com o princípio, por exemplo, da homeopatia ou dos florais de Bach. Para essas disciplinas, a doença aparece muito antes de se manifestar no corpo físico. A doença, como a entendemos, começaria no plano emocional, psicológico, nos corpos mais sutis do homem. Sendo assim, nada nos impediria de curá-la antes mesmo que se manifeste fisicamente. É como se existisse um corpo, que Goswami chama de vital, que formaria o mapa do corpo físico. "Os chakras são os lugares onde as formas se criam. A física quântica está dizendo que podemos confiar na medicina dos chakras. É aí que a medicina oriental e a ocidental se encontram".

Goswami defende que a mente pode alterar a matéria, porque partem de uma mesma essência. A consciência do observador é a mesma do objeto observado - e ambas são a mesma consciência que é a origem de tudo. Lembram do filme The Matrix, quando o menino budista entortava a colher? "Não existe colher", ele diz. O que precisa ser entortado é a mente. É mais ou menos isso que afirma Goswami.

O princípio da não-localidade é importante para entender as idéias expostas por Goswami. A consciência não-local é aquela que permeia tudo, não está contida em lugar algum. Através da consciência não-local é que se pode perceber a conexão entre todas as coisas do Universo. É como se, por trás da realidade material que observamos, existisse uma matriz, um molde de tudo que é criado. Esse molde permeia tudo que existe, e é através dele que tudo está conectado.

"O pensamento de Goswami pode ser enquadrado na idéia do idealismo monístico, uma posição filosófica que já foi considerada pré-científica porque existia antes do advento do materialismo dualista - que representa o atual ponto de vista científico. O materialismo dualista assume que a matéria é a realidade primária, e que a mente é separada dela, porém dependente ao mesmo tempo.
Nessa visão, a mente é algo secundário, um fenômeno que está presente apenas em cérebros. O idealismo monístico inverte essa posição. Por esse ponto de vista (que pode ser traçado a Platão, no ocidente, e ao hinduísmo e budismo no oriente), existe apenas uma mente - que é a realidade primária. A matéria é uma expressão da mente, e não separada da mente: mente manifestada materialmente. A visão expressada pelo místico Edgar Cayce é um exemplo perfeito de idealismo monístico. A fórmula de Cayce, por exemplo (O Espírito é a Vida, a Mente é o Construtor, a Matéria é o Resultado), confere à consciência um papel muito criativo na manifestação do mundo material".

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